quinta-feira, 29 de agosto de 2013

DA DEMOCRACIA A DITADURA.

O Estado Democrático de Direito enfrenta uma série de situações desafiadoras. Uma delas, é o legítimo uso da violência como forma de repressão ao crime. “(...) As instituições policiais são aquelas organizações destinadas ao controle social com autorização para utilizar a força, caso necessário” (Bayley, 1975 Apud, Arthur Costa, 2004: 1). Embora o dispositivo da força seja legítimo. A ação é preocupante e um tanto desafiadora, por ser utilizada de forma excessiva, portanto, desnecessária ao exercício do dever legal.
Entendemos que o uso violento, excessivo e desnecessário da força ocasionado por policias na manutenção da ordem pública, tem se mostrado crescente, desafiadora e um tanto perigosa ao estado de direito, aqui entendido como o estado de inteira subordinação e observância as regras pré-estabelecidas na Constituição Federal de 1988, as quais são impreterivelmente necessárias a consolidação da Democracia, onde são as instituições que as fortalece e não a Democracia a fortalecer as instituições. Ou seja, a Democracia enquanto regime não passa de um conjunto de regras, que são legitimadas ou não a partir da atuação de seus agentes. O que implica dizer, que se esses agentes (PM) não estiverem respeitando ou regendo-se pela lei, o regime pode ser tudo, menos o que se propõe a ser. 
As variações em torno da aceitação da violência policial, sendo ela ou não, apoiada diretamente ou pela omissão do Estado, têm da população legitimidade para se consolidar. A exemplo dos regimes militares, inclusive o brasileiro. Nesse período as perseguições a políticos que ideologicamente se posicionavam em correntes contrárias ao Estado eram considerados subversivos, portanto, inimigos do Estado. A esses, a punição era severa, dando-se através de torturas que em alguns casos levava até mesmo a morte. Quando não eram de imediato mortos. Ficando claro que as principais preocupações dos governos militares giravam em torno da “caça” a “subversivos” e “radicais”, na tentativa de preservar sua imagem, como o governo ou os governos da ordem e da organização.
  Os Grevistas também sofriam essa repressão do braço armado do Estado que segundo Osvaldo Coggiola (2001: 89) sofriam violentas e permanentes repressões dos policiais que os violentavam física e psicologicamente. “Como o regime autoritário exprimia uma visão estável da história, atribuída ao domínio irresistível do Estado sobre a sociedade, nele a atuação da polícia não pode conviver com qualquer ameaça a essa estabilidade forçada” (Eda Góes, 2000: 225). O episódio, tem se repetido, como é o caso da jovem estudante de cinema, em manifestação contrária ao governo de Sérgio Cabral, brutalmente espancada, violentada, física e psicologicamente por PMs.  

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