SOCIOLOGIA
UEL-PR – De acordo com Octavio Ianni:
Para
melhor compreender o processo de estratificação social, enquanto processo
estrutural, convém partirmos do princípio. Isto é, precisamos compreender que a
maneira pela qual se estratifica uma sociedade depende da maneira pela qual os
homens se reproduzem socialmente.
IANNI,
O. Estrutura e História. In: IANNI, Octavio (Org.). Teorias da estratificação
social: leitura de sociologia.
São Paulo: Nacional, 1978. p. 11.
Com base no texto e
nos conhecimentos sobre estratificação social, considere as afirmativas a
seguir.
I. Estamentos são
formas de estratificação baseadas em categorias socioculturais como tradição,
linhagem, vassalagem, honra e cavalheirismo.
II. Classes sociais
são formas de estratificação baseadas em renda, religião, raça e
hereditariedade.
III. Mudanças
sociais estruturais ocorrem quando há mudanças significativas na organização da
produção e na divisão social do trabalho.
IV. Castas são
formas de estratificação social baseadas na propriedade dos meios de produção e
da força de trabalho.
A alternativa que
contém todas as afirmativas corretas é:
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) I, II e IV
e) II, III e IV
Resposta: B
2. O conceito de sociedade é fundamental
às Ciências Sociais, ao lado do conceito de cultura e foi objeto de definições
diferentes entre autores clássicos como Karl Marx e Émile Durkheim. Dentre as
alternativas a seguir, assinale a incorreta,
conforme concepções de sociedade desses autores.
a)
Em Karl Marx, os tipos específicos de sociedade existentes na história humana
resultam do nível de desenvolvimento das forças produtivas em face das relações
sociais de produção, sendo o indivíduo, antes de tudo, um ser social.
b)
Em Karl Marx, a sociedade é um fenômeno superindividual, que resulta do
intercâmbio histórico entre o homem e a natureza por meio do trabalho, que ao
mesmo tempo cria e transforma as relações sociais entre seres humanos.
c)
Em Émile Durkheim, a sociedade é um fenômeno sui generis, não redutível às leis da natureza, pois seus processos
essenciais de coerção, generalidade e exterioridade em relação ao indivíduo
decorrem de normas propriamente humanas e coletivas.
d)
Em Karl Marx e Émile Durkheim, a sociedade é um fenômeno formado pela
expectativa recíproca dos sentidos que as ações individuais têm, nascendo daí
tanto a luta de classes como a solidariedade orgânica, fundadoras da cultura.
e)
Durkheim analisa o propósito da sociologia direcionado à explicação de como o
todo (sociedade) condiciona suas partes (indivíduos).
Resposta: D
3.
UEL-PR – Segundo Braverman:
O mais
antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão
manufatureira do trabalho [...]
A
divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum idêntica ao
fenômeno da distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção
[...].
BRAVERMAN,
H. Trabalho e capital monopolista. Tradução de: CAIXEIRO,
Nathanael C. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. p. 70.
O que difere a divisão do trabalho na
indústria capitalista das formas de distribuição anteriores do trabalho?
a) A formação de associações de ofício que
criaram o trabalho assalariado e a padronização de processos industriais.
b) A realização de atividades produtivas sob a
forma de unidades de famílias e mestres, o que aumenta a produtividade do
trabalho e a independência individual de cada trabalhador.
c) O exercício de atividades produtivas por
meio da divisão do trabalho por idade e gênero, o que leva à exclusão das
mulheres do mercado de trabalho.
d) O controle do ritmo e da distribuição da
produção pelo trabalhador, o que resulta em mais riqueza para essa parcela da
sociedade.
e) A subdivisão do trabalho de cada especialidade
produtiva em operações limitadas, o que conduz ao aumento da produtividade e à
alienação do trabalhador.
Resposta: E
4. Leia o texto a seguir.
Podemos
entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. A
evolução do pensamento científico (...) passa a cobrir com a sociologia uma
nova área do conhecimento (...), ou seja, o mundo social. A sua formação
constitui um acontecimento complexo para o qual concorre uma série de
circunstâncias históricas e intelectuais.
MARTINS, Carlos B. O que é sociologia. 7. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1984. p. 10.
Com
relação ao contexto histórico do surgimento da sociologia, analise a citação
anterior e marque a alternativa incorreta.
a)
Relevância do século XVIII para a história do pensamento ocidental, inclusive
para a sociologia.
b)
Coincidência com o final da desagregação da sociedade feudal e da consolidação
da civilização capitalista.
c)
Distanciamento em relação aos acontecimentos produzidos pela Revolução
Industrial.
d)
Avanço de uma visão que valorizava a observação e a experimentação para a
explicação da natureza
e)
Sociologia é produto da Revolução Industrial, sendo chamada de “ciência da
crise”, por refletir sobre a transformação de formas tradicionais de existência
social e as mudanças decorrentes da urbanização e da industrialização.
Resposta: C
5. UEL-PR – Sobre a exploração do trabalho no
capitalismo, segundo a teoria de Karl Marx (1818-1883), é correto afirmar:
a) Lei da Hora Extra explica como
proprietários dos meios de produção se apropriam das horas não pagas ao
trabalhador, obtendo maior excedente no processo de produção das mercadorias.
b) Lei da Mais-Valia consiste nas horas extras
trabalhadas após o horário contratado, que não são pagas ao trabalhador pelos
proprietários dos meios de produção.
c) Lei da Mais-Valia explica como o
proprietário dos meios de produção extrai e se apropria do excedente produzido
pelo trabalhador, pagando-lhe apenas por uma parte das horas trabalhadas.
d) Lei da Mais-Valia é a garantia de que o
trabalhador receberá o valor real do que produziu durante a jornada de
trabalho.
e) Horas extras trabalhadas após o expediente
constituem-se na essência do processo de produção de excedentes e da
apropriação das mercadorias pelo proprietário dos meios de produção.
Resposta: C
6. Leia o texto a seguir.
Pela
exploração do mercado mundial a burguesia imprime um caráter cosmopolita à
produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, ela
retirou à indústria sua base nacional. As velhas indústrias nacionais foram
destruídas e continuam a sê-lo diariamente. (...) Em lugar das antigas
necessidades satisfeitas pelos produtos nacionais, nascem novas necessidades,
que reclamam para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos
climas mais diversos. Em lugar do antigo isolamento de regiões e nações que se
bastavam a si próprias, desenvolve-se um intercâmbio universal, uma universal
interdependência das nações. E isso se refere tanto à produção material como à
produção intelectual. (...) Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos
de produção e ao constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia
arrasta para a torrente da civilização mesmo as nações mais bárbaras.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. São Paulo:
Global, 1981. p. 24-25.
Com
base no texto de Karl Marx e Friedrich Engels, publicado pela primeira vez em
1848, assinale a alternativa correta.
a)
Desde o início, a expansão do modo burguês de produção fica restrita às
fronteiras de cada país, pois o capitalista é conservador quanto às inovações
tecnológicas.
b)
Processo de universalização é uma tendência do capitalismo desde sua origem, já
que a burguesia precisa de novos mercados, de novas mercadorias e de condições
mais vantajosas de produção.
c)
A expansão do modo capitalista de produção em escala mundial encontrou
empecilhos na mentalidade burguesa apegada aos métodos tradicionais de
organização do trabalho.
d)
Na maioria dos países não europeus, a universalização do capital encontrou
barreiras alfandegárias que impediram sua expansão.
e)
A dificuldade de comunicação entre os países, em razão do baixo índice de
progresso tecnológico, adiou para o século XX a universalização do modo
capitalista de produção.
Resposta: B
7.
UEL-PR –
Leia o texto a seguir.
[...] Como observam os pesquisadores do
Instituto de Estudos Avançados da Cultura da Universidade de Virgínia, os
executivos globais que entrevistaram ‘vivem e trabalham num mundo feito de
viagens entre os principais centros metropolitanos globais – Tóquio, Nova York,
Londres e Los Angeles. Passam não menos do que um terço de seu tempo no
exterior. Quando no exterior, a maioria dos entrevistados tende a interagir e
socializar com outros globalizados... Onde quer que vão, hotéis, restaurantes, academias
de ginástica, escritórios e aeroportos são virtualmente idênticos. Num certo
sentido habitam uma bolha sociocultural isolada das diferenças mais ásperas
entre diferentes culturas nacionais... São certamente cosmopolitas, mas de
maneira limitada e isolada.’ [...] A mesmice é a característica mais notável, e
a identidade cosmopolita é feita precisamente da uniformidade mundial dos
passatempos e da semelhança global dos alojamentos cosmopolitas, e isso
constrói e sustenta sua secessão coletiva em relação à diversidade dos nativos.
Dentro de muitas ilhas do arquipélago cosmopolita, o público é homogêneo, as
regras de admissão são estrita e meticulosamente (ainda que de modo informal)
impostas, os padrões de conduta precisos e exigentes, demandando conformidade
incondicional. Como todas as ‘comunidades cercadas’, a probabilidade de
encontrar um estrangeiro genuíno e de enfrentar um genuíno desafio cultural é
reduzida ao mínimo inevitável; os estranhos que não podem ser fisicamente
removidos por causa do teor indispensável dos serviços que prestam ao
isolamento e autocontenção ilusória das ilhas cosmopolitas são culturalmente
eliminados – jogados para o fundo ‘invisível’ e ‘tido como certo’.
BAUMAN,
Z. Comunidade: a busca
por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p. 53-55.
De acordo com o texto, é correto afirmar que a
globalização estimulou
a) a disseminação do cosmopolitismo, que rompe
as fronteiras étnicas, quando todos são viajantes.
b) um novo tipo de cosmopolitismo, que reforça
o etnocentrismo de classe e de origem étnica.
c) a interação entre as culturas nativas, as
classes e as etnias, alargando o cosmopolitismo dos viajantes de negócio.
d) o desenvolvimento da alteridade através de
uma cultura cosmopolita dos viajantes de negócios.
e) a emergência de um novo tipo de viajantes
de negócios, envolvidos com as comunidades e culturas nativas dos países, onde
se hospedam.
Resposta: B
8. Leia o texto a seguir.
No
final de 2000 o jornalista Scott Miller publicou um artigo no The Wall Street journal, reproduzido no Estado de S. Paulo (13 dez. 2000), com o
título “Regalia para empregados compromete os lucros da Volks na Alemanha”. No
artigo ele afirma: “A Volkswagen vende cinco vezes mais automóveis do que a
BMW, mas vale menos no mercado do que a rival. Para saber por que, é preciso
pegar um operário típico da montadora alemã. Klaus Seifert é um veterano da
casa. Cabelo grisalho, Seifert é um planejador eletrônico de currículo
impecável. Sua filha trabalha na montadora e, nas horas vagas, o pai dá aulas
de segurança no trânsito em escolas vizinhas. Mas Seifert tem, ainda, uma bela
estabilidade no emprego. Ganha mais de 100 mil marcos por ano (51 125 euros),
embora trabalhe apenas 7 horas e meia por dia, quatro dias por semana. ‘Sei que
falam que somos caros e inflexíveis’, protesta o alemão durante o almoço no
refeitório da sede da Volkswagen AG. ‘Mas o que ninguém entende é que
produzimos veículos muito bons.’ E quanto a lucros muito bons?” A relação entre
lucro capitalista e remuneração da força de trabalho pode ser abordada a partir
do conceito de mais-valia [...].
BOTTOMORE,
Tom. Dicionário do pensamento marxista.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 227.
Com
o intuito de ampliar a taxa de extração de mais-valia absoluta, qual seria a
medida imediata mais adequada a ser tomada por uma empresa de automóveis?
a)
Aumentar o número de veículos vendidos.
b)
Transferir sua fábrica para regiões cuja força de trabalho seja altamente
qualificada.
c)
Incrementar a produtividade por meio da automatização dos processos de
produção.
d)
Ampliar os gastos com o capital constante, ou seja, o valor despendido em meios
de produção.
e)
Intensificar a produtividade da força de trabalho sem novos investimentos de
capital.
Resposta: E
9. UEL-PR – Segundo Émile Durkheim
[...] constitui uma
lei da história que a solidariedade mecânica, a qual a princípio é quase única,
perca terreno progressivamente e que a solidariedade orgânica, pouco a pouco,
se torne preponderante.
DURKHEIM, É. A
divisão social do trabalho. In: Os Pensadores. Tradução de:
MOURA, Carlos A. B. de. São Paulo: Abril Cultural, 1977. p. 67.
Por essa lei, segundo o autor, nas sociedades simples, organizadas em
hordas e clãs, prevalece a solidariedade por semelhança, também chamada de
solidariedade mecânica. Nas organizações sociais mais complexas, prevalece a
solidariedade orgânica, que é aquela que resulta do aprofundamento da
especialização profissional.
De acordo com a teoria de Durkheim, é correto afirmar que:
a) as sociedades
tendem a evoluir da solidariedade orgânica para a solidariedade mecânica, em
função da multiplicação dos clãs.
b) na situação em que
prevalece a solidariedade mecânica, as sociedades não evoluem para a
solidariedade orgânica.
c) as sociedades
tendem a evoluir da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica, em
função da intensificação da divisão do trabalho.
d) na situação em que
prevalece a divisão social do trabalho, as sociedades não desenvolvem formas de
solidariedade.
e) na situação em que
prevalecem clãs e hordas, as sociedades não desenvolvem formas de solidariedade
e, por isso, tendem a desaparecer progressivamente.
10. De acordo com o Positivismo de Comte,
a explicação da realidade está condicionada pelo objeto. Durkheim concluiu que
a sociedade (objeto) tinha precedência sobre o indivíduo (sujeito). De acordo
com Durkheim, o fato social:
a)
é um fenômeno social exterior ao indivíduo e que exerce poder de coerção sobre
o mesmo.
b)
corresponde a um conjunto de normas e valores que são criados diretamente pelos
indivíduos para orientar a vida em sociedade.
c)
é desprovido de caráter coercitivo, posto que existe fora das consciências
individuais.
d)
corresponde a um conjunto de normas e valores criados exteriormente, isto é,
fora das consciências individuais.
e)
corresponde a um fenômeno intrínseco ao indivíduo, caracterizado pela ação
individual sobre o coletivo
Resposta: A
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